Anvisa proíbe venda de azeite, champignon, molho de alho e polpa de morango por riscos à saúde

Produtos tradicionais retirados das prateleiras após testes
Em decisão publicada no dia 7 de julho de 2025 no Diário Oficial da União, a Anvisa determinou a suspensão imediata de venda e uso de quatro produtos bastante comuns na mesa do brasileiro. A medida envolve desde um azeite de oliva sem origem comprovada até polpas de fruta, conservas de champignon e o popular molho de alho, todos barrados depois que testes laboratoriais flagraram falhas sérias de qualidade.
Entre os produtos vetados está a polpa de morango da marca De Marchi, referente ao lote 09437-181, com validade até novembro de 2026. O teste, feito pelo laboratório de saúde pública de Santa Catarina, detectou presença de matéria estranha fora dos limites aceitáveis, levantando alerta sobre contaminação do alimento.
Outro item que não passou no pente-fino foi o champignon inteiro em conserva da marca Imperador, do lote 241023CHI (com validade até outubro de 2026). Amostras analisadas no laboratório central do Distrito Federal apontaram níveis de dióxido de enxofre muito acima do permitido. Esse conservante, embora usado para preservar alimentos, em excesso pode causar desde reações alérgicas até problemas gastrointestinais, especialmente em pessoas sensíveis.
Já o molho de alho, bastante usado em lanches e churrascos, também caiu na proibição. A Anvisa comunicou que marcas específicas (não divulgadas) apresentaram falhas nos critérios de qualidade e segurança. O silêncio quanto aos nomes dos fabricantes acendeu discussões sobre transparência e preocupação com a proteção dos consumidores.
E talvez o mais intrigante: um azeite de oliva sem identificação clara de origem foi completamente banido do mercado. Segundo a agência, o produto apresentava irregularidades em sua formulação, sem atender os padrões mínimos exigidos, além de ser impróprio para consumo.

Anvisa alerta para riscos e orienta consumidores
A agência foi taxativa ao dizer que, além de representarem potencial risco à saúde, os alimentos fora dos padrões colocam em xeque a confiança nos rótulos e selos de qualidade. O consumidor, inclusive, foi orientado a estar atento aos lotes envolvidos e devolver imediatamente esses produtos no ponto de venda ou acionar órgãos de defesa do consumidor.
Esse tipo de recolhimento não é comum para marcas conhecidas e reforça a importância do controle rigoroso feito por laboratórios públicos estaduais e federais. Segundo técnicos da Anvisa consultados após a publicação das medidas, a fiscalização tem focado não apenas em fraudes, mas também em contaminação acidental e no uso abusivo de conservantes.
Em supermercados e feiras, a notícia já gerou dúvidas entre os clientes. Comerciantes procurados afirmam que a orientação é retirar imediatamente os lotes listados e reforçar hábitos de checagem de procedência – tanto por parte das lojas quanto dos consumidores. "A confiança do cliente é afetada e o prejuízo é duplo: tanto para quem compra quanto para quem vende", relata um gerente de supermercado em Brasília.
Vale citar que o dióxido de enxofre, quando excede os limites, pode mascarar sinais de deterioração do produto e enganar a percepção do consumidor sobre o frescor do alimento. Já polpas contaminadas expõem crianças e idosos, grupos ainda mais sensíveis a impurezas, a quadros de intoxicação leve ou severa.
Para os fãs de azeite, esse episódio serve de alerta: sempre confira informações de procedência e origem no rótulo. "A tentação do preço baixo ou da falsa aparência nunca deve superar a necessidade de confiar no produto", resume um especialista em segurança alimentar de São Paulo.
Quem identificar suspeitas em outros produtos pode acionar o canal da Anvisa ou órgãos como Procon para registrar queixas e denúncias. A agência reforça que o trabalho de fiscalização continuará, mirando especialmente produtos processados e alimentos prontos, que têm acesso fácil à mesa dos brasileiros, mas podem esconder riscos se a cadeia de produção não for rígida.