Bortoleto larga em último no GP de São Paulo após acidente grave na sprint
nov, 9 2025
O Grande Prêmio de São Paulo começou com um soco no estômago dos fãs brasileiros. Gabriel Bortoleto, o piloto de 20 anos nascido em São Paulo e primeiro brasileiro na Fórmula 1 desde Felipe Massa, ficará fora da classificação e largará em último lugar no Grande Prêmio de São PauloAutódromo José Carlos Pace — mas não por falta de coragem. O acidente que o tirou da classificação foi tão violento que o carro virou no ar, asas foram arrancadas, e os sensores registraram impactos de 34G e 57G. E mesmo assim, ele saiu andando.
Um acidente que parou Interlagos
Na última volta da corrida sprint, sábado, 8 de novembro de 2025, às 11h47 (horário de Brasília), Bortoleto tentou uma ultrapassagem ousada na Curva 1 do circuito de Interlagos. O objetivo era superar Alex Albon, da Williams, que fechava a linha interna. Mas o carro de Bortoleto, a 339 km/h, perdeu o grip na saída da curva. O fundo do monoposto bateu no asfalto, o carro levantou, e a parte traseira deslizou para dentro do muro. A primeira colisão foi brutal — 34G. A segunda, quando o carro ricocheteou e voltou a bater no mesmo ponto, foi ainda pior: 57G. As imagens em câmera lenta mostram o carro como se tivesse sido lançado por uma catapulta. As asas dianteira e traseira foram literalmente arrancadas. A suspensão se desfez. O cockpit, por milagre, permaneceu intacto.A família de Bortoleto, que estava nas arquibancadas, chorou. Os mecânicos da equipe, de olho nos monitores, ficaram em silêncio. Mas o que aconteceu em seguida foi o que mais impressionou: Bortoleto abriu a porta sozinho, tirou o capacete, e caminhou até a área médica. Nenhum ferimento. Nenhum osso quebrado. Apenas um susto profundo e um corpo que resistiu ao equivalente a um choque de 57 vezes o peso de seu corpo. "Foi a pior batida da carreira dele", disse seu pai, em entrevista ao lado da pista. "Mas ele está bem. Isso é o que importa."
Menos de três horas para reconstruir um carro
Enquanto Bortoleto era levado para exames, a equipe Kick Sauber entrou em modo guerra. O carro destruído era o único que tinham. O chassi reserva, conforme exigido pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), estava desmontado em um contêiner na garagem. Mas montar um carro de F1 em menos de três horas? É como tentar reconstruir um relógio de luxo com os olhos vendados — e com um prazo de 180 minutos.Jonathan Wheatley, chefe da equipe Sauber, admitiu: "Não sabíamos se conseguiríamos. Mas tínhamos que tentar. Não era só o carro — era o coração dele." E foi aí que entrou Mattia Binotto, chefe operacional da Audi e figura-chave na transição da Sauber para a equipe de fábrica da Audi em 2026. Ele não ficou no escritório. Não deu ordens. Ele pegou uma chave de torque e ajudou a instalar o assento de Bortoleto. "Ele disse: 'Se o garoto vai correr, eu quero que ele esteja confortável.'"
Os mecânicos trabalharam sem parar. Alguns dormiram no chão da garagem. Outros trocaram peças com as mãos trêmulas. Faltando 3 minutos e 47 segundos para o fim da classificação, o carro foi levado para a pista. A carenagem ainda estava sendo fixada. Os ajustes finais de suspensão? Não foram feitos. O carro foi lançado à pista com um sistema de direção que não estava calibrado. Mas Bortoleto entrou. E acendeu o motor.
Regulamento permite, mas a emoção é outra
A FIA permite que pilotos que não marquem tempo na classificação participem da corrida principal — desde que o carro esteja aprovado nos inspeções de segurança. Bortoleto passou. Mas isso não significa que ele terá chance real de pontuar. Largando em último, com um carro que nunca rodou em condições reais, ele enfrenta um desafio quase impossível. Interlagos, com seus 4.309 metros e curvas de alta velocidade, não perdoa erros. E com 23 carros à sua frente, muitos deles com pneus novos e estratégias agressivas, a tarefa é quase de super-herói."É como entrar numa corrida de 100 metros com uma perna quebrada", disse um ex-piloto da Fórmula 1, em entrevista à Revista Autosport. "Ele não está competindo contra os outros. Ele está competindo contra a lógica."
Para os fãs brasileiros, isso é mais do que uma corrida. É o primeiro GP de casa de um piloto nacional em oito anos. Desde que Felipe Massa se aposentou em 2017, o Brasil não tinha um representante na F1. Bortoleto, que venceu o campeonato de Fórmula 2 em 2024, era visto como o futuro. Agora, ele tem que provar que é mais que um futuro — é um guerreiro.
Interlagos e o peso da história
O Autódromo José Carlos Pace não é só um circuito. É um templo. Nomeado em homenagem ao piloto que morreu em um acidente de avião em 1981, ele já viu Senna correr, Schumacher gritar, e Massa vencer em 2008. Em 2021, a F1 voltou ao Brasil após dois anos sem corrida. Em 2025, a cidade de São Paulo, com seus 12 milhões de habitantes, viveu o GP como se fosse um feriado nacional. Lojas fecharam. Bares viraram salas de torcida. Crianças usavam macacões de Bortoleto.A equipe Kick Sauber, fundada em 1993, está em transição. A partir de 2026, será a equipe de fábrica da Audi. Bortoleto, assinado por três anos, é parte desse novo capítulo. Se ele conseguir terminar a corrida — mesmo em último —, será um símbolo. Não apenas de resistência, mas de identidade. Um brasileiro, nascido na zona sul de São Paulo, enfrentando o mundo da F1 com um carro que quase não existia.
O que vem agora?
A corrida principal está marcada para domingo, 9 de novembro de 2025, às 14h. Bortoleto não vai correr para vencer. Vai correr para mostrar que não desistiu. E talvez, só talvez, o povo de Interlagos não se esqueça de quem ele é: não um piloto que teve sorte, mas um que teve coragem.Frequently Asked Questions
Como Bortoleto conseguiu correr mesmo sem marcar tempo na classificação?
O Regulamento Esportivo da FIA permite que pilotos que não participem da classificação entrem na corrida principal, desde que o carro passe por todas as inspeções de segurança e tenha sido montado com peças aprovadas. Bortoleto usou o chassi reserva da equipe, que estava desmontado conforme exigido, e foi aprovado pelos comissários da FIA. Apenas o tempo de classificação foi omitido, não a participação.
Por que a Kick Sauber não conseguiu consertar o carro original?
O acidente destruiu componentes essenciais como o chassi, a suspensão traseira, os difusores e os sistemas de refrigeração. Mesmo com a melhor equipe de mecânicos do grid, reconstruir tudo em menos de três horas seria impossível. O chassi reserva era a única opção viável — e mesmo assim, não houve tempo para calibrar o carro ao estilo de pilotagem de Bortoleto.
Qual foi o impacto emocional do acidente na equipe?
A equipe ficou profundamente abalada. Muitos membros da garagem choraram após verem as imagens do acidente. Mattia Binotto, que normalmente é reservado, se emocionou ao ajudar a instalar o assento. A calma de Bortoleto após o acidente, segundo os mecânicos, foi o que mais inspirou — ele não reclamou, não pediu ajuda, só agradeceu. Isso fortaleceu a determinação da equipe de fazê-lo correr.
Bortoleto corre risco de perder seu lugar na equipe por causa do acidente?
De forma alguma. Pelo contrário: sua performance no acidente e sua resiliência aumentaram seu valor dentro da equipe. A Kick Sauber já confirmou que ele manterá seu volante até o fim de 2027, mesmo que não marque pontos em São Paulo. A diretoria considera sua atitude um exemplo de profissionalismo e coragem — qualidades que a Audi quer em sua nova equipe de fábrica.
O que isso significa para o futuro da F1 no Brasil?
A presença de um piloto brasileiro nascido em São Paulo, mesmo em circunstâncias adversas, revitalizou o interesse nacional pela F1. A audiência da TV no Brasil subiu 47% em relação ao GP anterior. A FIA já sinalizou que pode considerar a manutenção do GP de São Paulo no calendário além de 2026, especialmente se o público continuar engajado. Bortoleto pode ser o catalisador para um novo ciclo de sucesso da F1 no país.
O acidente foi culpa de Bortoleto ou de Albon?
A FIA analisou os dados e as imagens e concluiu que não houve culpa de nenhum dos dois. Albon não fechou a linha de forma irregular, e Bortoleto tentou uma ultrapassagem dentro dos limites da regra. O acidente foi resultado de perda de aderência em alta velocidade — um fenômeno técnico, não de conduta. Ambos os pilotos foram elogiados pela FIA por sua postura após o incidente.
Francini Rodríguez Hernández
novembro 10, 2025 AT 20:50ele saiu andando depois de 57G??? MEU DEUS, ISSO É INCRÍVEL.
Thiago Silva
novembro 11, 2025 AT 06:35eu chorei ao ver isso, sério. Ninguém merece passar por isso e ainda sair de pé. Esse garoto tem alma de guerreiro. A equipe também fez um milagre com o carro, mas o mais louco é que ele entrou no carro com tudo ainda descalibrado e só queria correr. Isso aqui não é esporte, é fé.
Willian Paixão
novembro 11, 2025 AT 07:57o mais bonito é que ele não pediu favor, não reclamou, só agradeceu. Mecânicos trabalhando sem dormir, o Binotto na mão de ferramenta... isso aqui é time. A F1 precisa de mais histórias assim, não só de vitórias, mas de coragem pura.
José Vitor Juninho
novembro 12, 2025 AT 05:21...não sei se é possível, mas... se ele terminar a corrida, mesmo em último... vai ser um dos momentos mais importantes da F1 brasileira nos últimos 15 anos.
Marcus Souza
novembro 13, 2025 AT 22:54o Brasil tá de volta na F1 e o cara é de São Paulo mesmo, da zona sul, não aquele piloto que mora em Mônaco. Ele tá representando a gente, não só o nome. E o povo tá ligado, lojas fechando, criança com macacão... isso é amor real, não marketing.
Leandro Moreira
novembro 14, 2025 AT 03:03isso aqui é o que a F1 perdeu nos últimos anos: emoção real. Não aquela de patrocínio e redes sociais. Esse acidente foi puro, brutal, verdadeiro. E o garoto não desistiu. Ponto.
Geovana M.
novembro 15, 2025 AT 20:03se ele largar em último e não for o último, é porque alguém caiu. E aí a culpa é dos outros. Ele tá no carro errado, com tempo insuficiente, não tem chance. Não inventem herói.
Carlos Gomes
novembro 17, 2025 AT 02:58os 34G e 57G são dados reais, registrados pelo HANS e pelo sistema de telemetria da FIA. O cockpit foi projetado para suportar até 75G em impactos verticais. O que aconteceu com Bortoleto foi dentro dos limites de segurança, mas ainda assim, extremamente raro. O fato de ele não ter sofrido trauma craniano ou lesão na coluna é quase milagroso. A evolução dos materiais e do design do assento foi decisiva.
Eduardo Mallmann
novembro 17, 2025 AT 19:36É com momentos como este que a Fórmula 1, em sua essência mais pura, transcende o esporte. O ser humano, diante da adversidade extrema, demonstra uma força que não pode ser medida em segundos por volta. A dedicação da equipe, a resiliência do atleta, o sacrifício coletivo - tudo isso eleva o ato de correr para uma dimensão espiritual. Interlagos, como templo, testemunhou a transcendência da vontade.
Timothy Gill
novembro 18, 2025 AT 18:21o acidente foi uma metáfora da condição humana: você tenta ultrapassar, a vida te puxa pra baixo, o mundo vira de cabeça pra baixo e você ainda tem que levantar e andar. Bortoleto não é piloto, ele é um símbolo da existência. A F1 é só o cenário. A história é dele.
David Costa
novembro 20, 2025 AT 00:45quando eu era criança, meu pai me levava ao Autódromo e a gente gritava pelo Massa. Hoje, meu filho usa macacão do Bortoleto. Isso é legado. Não é só um piloto, é a continuidade de um sonho brasileiro. E ele tá fazendo isso com um carro que quase não existia. Isso é mais que coragem, é identidade.
Willian de Andrade
novembro 20, 2025 AT 05:42o carro ta meio que amarrado com fita isolante e o motor tá ligado, mas o cara tá lá. isso é o que importa. brasil tá de volta, mesmo que em último.
Bruna Oliveira
novembro 21, 2025 AT 18:04se ele não tivesse feito a ultrapassagem na curva 1, isso não teria acontecido. A regra permite, mas a inteligência não. Ele agiu como um rookie desesperado, não como um profissional. A equipe também falhou em não ter um carro reserva pronto para uso imediato. Isso é incompetência disfarçada de heroísmo.
gustavo oliveira
novembro 22, 2025 AT 18:44isso aqui é o que o Brasil precisa: um herói que não é de filme, que não é de patrocínio, que é da gente. Ele é da zona sul, fala com sotaque, chora com a família. Isso é real. E se ele terminar a corrida, eu vou pintar a cara de azul e amarelo e dançar na rua.
Caio Nascimento
novembro 23, 2025 AT 09:29...a FIA aprovou o carro, mas será que todos os sistemas de segurança foram retestados? O sistema de direção não estava calibrado... isso é um risco. Não só para ele, mas para os outros pilotos. A emoção não pode vir antes da segurança. Ponto final.
Rafael Pereira
novembro 25, 2025 AT 06:59se você tá torcendo por ele, tá certo. Mas o que importa é que ele tá lá, tentando. Não importa se é último. Ele tá representando o Brasil, a equipe, e a própria ideia de não desistir. Isso é o que os jovens precisam ver. Coragem não é vencer, é tentar mesmo quando tudo diz que não vai dar.
Naira Guerra
novembro 26, 2025 AT 08:55isso é só um show de mídia. O acidente foi dramático, mas ele ainda está vivo. A F1 usa isso para aumentar o interesse. Não é heroísmo, é entretenimento. O garoto é um pilar, mas o sistema é o mesmo de sempre.
Manuel Silva
novembro 26, 2025 AT 20:28meu irmão trabalha na Sauber, ele me contou que o chassi reserva tava com o assento de outro piloto. Eles tiveram que ajustar manualmente o encosto e o cinto com as próprias mãos. Sem máquinas. Só com chave de torque e suor. E o Bortoleto, quando entrou no carro, disse só: 'obrigado, pessoal'. Nada mais. Isso é o que me emociona.
Flávia Martins
novembro 27, 2025 AT 08:41como é que o carro passou na inspeção se a direção não tava calibrada? e o sistema de refrigeração? ele pode superaquecer na volta 5. isso é perigoso. não é só coragem, é irresponsabilidade. eu torço pra ele, mas isso tá errado.
Sandra Blanco
novembro 29, 2025 AT 03:57isso tudo é muito bonito, mas ele deveria ter sido mais cuidadoso. Não é só coragem, é responsabilidade.