Israel mata chefe de comando militar do Irã em ataque aéreo em Teerã

Israel mata chefe de comando militar do Irã em ataque aéreo em Teerã jun, 18 2025

Um golpe para o comando militar iraniano

O anúncio de que Israel matou o general de divisão Ali Shadmani, principal oficial do estado-maior do Irã, balançou o cenário internacional nesta terça-feira. O ataque aéreo, realizado no coração de Teerã, teria destruído um centro de comando central, considerado chave para a coordenação das forças armadas e da Guarda Revolucionária – duas colunas centrais do poderio militar iraniano.

Shadmani não era um nome qualquer nas Forças Armadas iranianas. Ele foi apontado como o homem de confiança máxima do líder supremo Ali Khamenei, tendo assumido a chefia do comando de guerra apenas semanas atrás, depois da morte do antecessor, Gholam Ali Rashid, também em um bombardeio israelense recente. Isso mostra uma escalada clara nos ataques direcionados a lideranças militares do Irã, que já vinham sofrendo baixas sucessivas nos últimos meses.

Israel alega que o ataque se baseou em informações de inteligência altamente precisas. Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), surgiu uma “oportunidade súbita” para eliminar um dos cérebros da estrutura militar iraniana, enfraquecendo diretamente a capacidade de guerra de Teerã. O centro atingido não era apenas simbólico: lá, eram planejadas operações conjuntas entre o Exército regular iraniano e a poderosa Guarda Revolucionária, justamente sob o comando de Shadmani.

Tensão máxima e silêncio em Teerã

Tensão máxima e silêncio em Teerã

A morte do general ocorre em meio a uma crescente tensão entre Israel e Irã. Recentemente, uma série de ataques focalizou altos oficiais iranianos, sempre ligados ao planejamento de operações no exterior ou à estrutura de decisão estratégica da defesa iraniana. Shadmani havia assumido a chefia do comando militar depois de uma sequência de baixas justamente para tentar conter o impacto dessas perdas, unificando estratégias em tempo de guerra.

Apesar do alarde israelense, Teerã até agora não confirmou oficialmente a morte de Shadmani. O regime, conhecido pelo controle rígido da informação em situações delicadas, não tem o costume de dar detalhes sobre baixas estratégicas até avaliar o momento político interno e a reação internacional. No entanto, especialistas afirmam que a própria demora no anúncio reforça a importância do general e o tamanho do golpe sofrido.

A Khatam al-Anbiya, central de comando que foi atacada, é considerada decisiva para todas as ações militares de larga escala do Irã, especialmente na articulação entre suas forças convencionais e a ala ideológica. O fato de sucessivos chefes desse órgão virem sendo mortos em ataques é interpretado como um esforço israelense para desarticular toda a cadeia de decisão militar iraniana, num contexto de guerra de inteligência e operações cirúrgicas cada vez mais ousadas.

  • Ali Shadmani era responsável por coordenar ações entre Exército e Guarda Revolucionária.
  • O ataque aumentou o clima de insegurança dentro da alta cúpula militar do Irã.
  • A ausência de confirmação iraniana gera especulações sobre possíveis retaliações.

Israel e Irã continuam em rota de colisão, e a morte de Shadmani pode alterar o equilíbrio de poder dentro do próprio Irã e em toda a região. Analistas seguem de olho nos próximos movimentos, enquanto o clima em Teerã é de incerteza, temor e desconfiança dentro da própria elite militar.