Jessie J surpreende e canta em restaurante de hotel de luxo em São Paulo

Jessie J surpreende e canta em restaurante de hotel de luxo em São Paulo set, 17 2025

A cena inesperada no Pateo do Palácio

Uma estrela do pop atravessou o salão de um restaurante cinco estrelas em São Paulo e pegou o microfone. Foi exatamente isso que aconteceu quando Jessie J decidiu estender a noite após sua apresentação no festival The Town, no sábado, 13 de setembro. Hospedada no Palácio Tangará, a britânica saiu do palco do festival direto para o Pateo do Palácio, o restaurante do hotel, e virou o jantar de muita gente de cabeça para baixo — no melhor sentido.

Lá, uma banda brasileira, o duo Sonora2 — formado pelo casal de músicos Will Possato e Tabata Possato — fazia um set ao vivo para os clientes. Quando ouviu os primeiros acordes de Price Tag, um de seus maiores hits, Jessie reagiu no ato. Surpresa, soltou um “uau, estão tocando minha música!” e foi até o palco para cantar junto. Sem ensaio, sem roteiro. Em poucos segundos, o ambiente silencioso de um restaurante elegante virou uma pequena pista com aplausos, celulares no ar e sorrisos largos nas mesas.

O improviso rendeu um dueto que mexeu com quem estava ali. A dupla, visivelmente empolgada, acompanhou a artista com segurança, e Jessie emendou riffs vocais que ela domina bem desde o lançamento de Price Tag, em 2011. O staff do local manteve a discrição, e o público, entre surpreso e eufórico, vibrou com a raridade de ver a dona da canção cantar naquele formato intimista.

Depois da intervenção musical, a cantora sentou para jantar. Sem pressa e sem transformar o salão em evento, pediu pratos simples e diretos — e que entregam um pouco do seu humor pós-show. O pedido, segundo quem acompanhou a noite, teve burrata com figo, batata frita sem sal e pizza de muçarela de búfala, além de uma taça de vinho. Coisa de quem precisava repor energia depois de um set de festival.

  • Burrata com figo
  • Batata frita sem sal
  • Pizza de muçarela de búfala
  • Taça de vinho

O registro do encontro ao vivo entre estrela internacional e músicos brasileiros virou assunto entre os presentes e rapidamente ganhou força nas redes. Para o Sonora2, é daqueles momentos que ajudam a abrir portas: um cartão de visitas inesperado que mostra jogo de cintura, repertório na ponta dos dedos e sintonia para acompanhar uma voz poderosa sem perder o compasso.

Contexto: The Town, carreira e a ponte com fãs brasileiros

A passagem por São Paulo aconteceu por causa do The Town, festival irmão do Rock in Rio que ocupa o Autódromo de Interlagos com maratonas de pop, rock e R&B. A maratona de shows costuma arrastar artistas e público até tarde, e o pós-festival frequentemente se espalha pelos bares e restaurantes da cidade. Desta vez, a “after party” improvisada veio em forma de pocket show, dentro de um hotel cercado de verde na região do Parque Burle Marx, zona sul paulistana.

Jessie J carrega no currículo faixas que dominaram rádios e plataformas na última década, como Domino e Bang Bang, além da própria Price Tag. A voz elástica, os agudos seguros e a habilidade de improvisar ao vivo fazem parte do pacote que a tornou popular. Em apresentações, ela costuma interagir com a plateia e brincar com arranjos — traço que explica por que um microfone disponível e uma banda afinada foram suficientes para acender o momento no restaurante.

Para o público brasileiro, gestos assim contam muito. O país tem histórico de encontros inesperados entre artistas internacionais e músicos locais, de jam sessions discretas a participações surpresa em barzinhos. São Paulo, com sua cena musical farta e restaurantes com música ao vivo, vira terreno fértil para esse tipo de capítulo. O Pateo do Palácio, dentro do Palácio Tangará, é um desses endereços onde alta gastronomia e música podem se cruzar sem aviso.

Do lado de quem estava na mesa, a surpresa veio com um bônus raro: ver uma artista de arena cantar a poucos passos, sem luzes de espetáculo, sem passarela, sem pirotecnia. É a proximidade que as grandes turnês quase nunca permitem. E do lado da artista, uma chance de respirar outra atmosfera depois do palco gigante — testar nuances, brincar com a própria música e se conectar com músicos locais que já dominavam a canção.

Para o Sonora2, a noite também vira um case de preparação e repertório. O duo escolheu uma música que conversa com o público e, por coincidência feliz, com a cliente mais ilustre do salão. Nesse tipo de cena, o que decide tudo é a reação no primeiro compasso: manter o tempo, segurar a harmonia, dar espaço para a voz principal brilhar e, ao mesmo tempo, sustentar a base. A julgar pelos aplausos, missão cumprida.

Entre um prato e outro, a sensação foi de normalidade elegante: nada de comitiva gigante, nada de alarde. Jessie jantou, conversou com a mesa e seguiu a noite sem transformar o restaurante em tapete vermelho. Para os fãs que a acompanharam no The Town, ficou a lembrança dupla: o show no festival e a história de bastidores que só quem estava ali pôde ver de perto.

Esses capítulos fora do palco têm um efeito colateral positivo: humanizam a estrela. Tiram a camada de distância e devolvem o foco ao que importa — a música funcionando em qualquer espaço, do autódromo ao salão de um hotel. E quando esse encontro acontece em São Paulo, cidade que não dorme e onde sempre há um palco disponível, a chance de que vire memória coletiva só cresce.