SporTV completa 30 anos com nova identidade e relembrança de programas históricos como Zona de Impacto
nov, 2 2025
No dia 10 de novembro de 2021, o SporTV completou três décadas de transmissão — uma jornada que começou como Top Sport em 1991 e se transformou na principal referência esportiva da TV paga no Brasil. Para marcar a data, o canal lançou uma reformulação visual, reviu seus programas mais marcantes e homenageou figuras que ajudaram a construir sua identidade. Entre eles, Zona de Impacto, o programa que levou o skate, o surfe e o motocross para a tela da TV brasileira antes mesmo de se tornarem esportes de massa. Foi ali, em 1997, que Diana Bouth e Bocão transmitiram ao vivo pela internet — a primeira vez na história da TV brasileira. "Foi primeiro de muitas coisas né?", lembra Diana. "Régis Rosing lá do Taiti, a gente aqui, conectando o Brasil ao mundo. Não tinha nada parecido."
Do Top Sport ao SporTV: uma evolução visual e cultural
A trajetória do canal é um espelho da própria evolução do esporte no país. Lançado em 1991 como Top Sport, o canal começou com poucos programas e uma linguagem ainda incipiente. Mas logo se tornou o lar de formatos inovadores: Golaço, Supervolley, Basketmania e, mais tarde, Arena, que estreou em 2003. "Não tínhamos nem tantos grandes eventos como temos hoje, nem programas diários pra discutir", conta Cleber Machado, apresentador de Arena até 2015, quando o programa deu lugar ao Seleção. Mas o espírito permaneceu. "O que eu trago desde o Arena é que apresentar programa não é só ligar câmera e sair improvisando. É você conversar com a equipe. Cleber é um cara que adora conversar. E o programa nasce na conversa entre as pessoas", diz Rizek, atual apresentador do Seleção.
Um canal que cobriu a história do esporte brasileiro
Entre 1991 e 2021, o SporTV foi testemunha e protagonista de momentos que definiram gerações. Transmitiu os tetracampeonatos da seleção em 1994 e o penta em 2002. Foi o primeiro a exibir a Copa do Mundo Feminina no Brasil. Fez a primeira cobertura paralímpica da TV paga. Mostrou o primeiro gol profissional de Neymar, o milésimo de Romário, a ascensão de Gustavo Kuerten ao topo do tênis, o ouro de Daiane dos Santos na ginástica e o drama da tragédia da Chapecoense. Em 2016, durante os Jogos Olímpicos do Rio, o canal operou 16 canais por cabo e 56 sinais digitais — um recorde. Em Tóquio 2020, mesmo com menos canais tradicionais, os sinais do Globoplay ultrapassaram 40. "Nós ensinamos o Brasil a produzir grandes eventos", afirma Renato Ribeiro, diretor de Esportes da Globo. "E estamos vigilantes para tornar nossa equipe mais diversa, com olhares que traduzam a essência democrática do esporte."
Uma nova logomarca para um novo tempo
Na véspera do aniversário, em 5 de novembro de 2021, Ricardo Moyano, diretor de criação do departamento de marca da Globo, anunciou a nova identidade visual do SporTV. "Mexer em uma logomarca com mais de 30 anos é um processo delicado, mas achamos que era hora de mudar", disse. O novo logo, mais vibrante e espontâneo, destaca o "S" em destaque — uma adaptação necessária para plataformas digitais e redes sociais. "Agora, o SporTV não é só um canal de TV. É uma marca multiplataforma, que vive no Globoplay, no Twitter, no Instagram, no TikTok", explica Moyano. A mudança reflete uma nova realidade: o público não quer apenas transmissões ao vivo, quer conteúdo imersivo, rápido, humano. "É mais do que um logotipo. É uma filosofia: força, impacto, dinamismo — e acima de tudo, humanidade".
Do esporte como espetáculo ao esporte como cultura
A era de ouro do esporte brasileiro — entre a Copa de 2014 e os Jogos do Rio — foi também a era em que o SporTV se consolidou como mais que um canal: tornou-se um ponto de referência cultural. Aos poucos, deixou de ser só um transmissor de jogos para se tornar um criador de narrativas. O Zona de Impacto não apenas mostrava manobras radicais — mostrava uma juventude que não se encaixava nos padrões tradicionais. O Arena não só comentava partidas — criava debates, confrontos, memórias. Hoje, o Seleção mantém essa tradição, com análises profundas, entrevistas inesperadas e até momentos de silêncio quando o esporte pede respeito.
O que vem por aí?
Com a nova identidade e a expansão do Globoplay, o SporTV já começa a planejar o futuro. A cobertura da Copa do Mundo de 2026 nos EUA, Canadá e México já está em fase de preparação. O canal também quer ampliar sua cobertura de esportes minoritários — como rúgbi, handebol e vôlei de praia feminino — e fortalecer parcerias com ligas locais. "Ainda temos muito a fazer. O esporte não para, e nem nós", diz Renato Ribeiro. A meta? Ser o primeiro canal esportivo do mundo a integrar totalmente realidade aumentada, inteligência artificial e conteúdo gerado por torcedores — sem perder a alma da conversa de bar.
Um legado que vai além da tela
De Betty Gofman, que levou humor e crítica ao esporte nos anos 90, até os jovens apresentadores que hoje dominam as redes, o SporTV formou uma geração de jornalistas que pensam o esporte como parte da vida, não apenas como resultado. Seu legado não está só nos vídeos arquivados — está nos meninos que viraram surfistas por causa de um programa de 1998, nas meninas que se apaixonaram pelo vôlei por causa de uma entrevista com Nadia Comaneci, nos torcedores que aprenderam a entender o jogo por causa de uma análise de Cleber Machado.
Frequently Asked Questions
Como o Zona de Impacto mudou a forma como o esporte era visto no Brasil?
O Zona de Impacto foi o primeiro programa a tratar esportes radicais como cultura, não como curiosidade. Antes dele, skate e surfe eram vistos como atividades de marginais. O programa mostrou atletas reais, com histórias, desafios e sonhos — e isso inspirou uma geração. Ainda hoje, muitos campeões mundiais de surfe brasileiro dizem que viram seu primeiro vídeo no Zona de Impacto.
Por que o novo logo do SporTV foca no "S"?
O novo design prioriza o "S" porque é a identidade mais reconhecível em ambientes digitais, onde o espaço é limitado — como ícones de apps, notificações ou redes sociais. Isso reflete a transformação do SporTV de um canal de TV para uma marca multiplataforma. O "S" é agora o símbolo da identidade, mais que o nome completo.
Quais foram os principais eventos esportivos cobertos pelo SporTV nos últimos 30 anos?
O canal cobriu sete Copas do Mundo, oito Jogos Olímpicos e cinco Paralímpicos. Entre os marcos: a vitória do Brasil em 1994 e 2002, o primeiro título feminino da seleção de vôlei em 2008, o triunfo de Daiane dos Santos em 2003, o primeiro gol de Neymar, o milésimo de Romário e a cobertura da tragédia de Chapecó. Foi também o primeiro a transmitir a Copa do Mundo Feminina em 1999.
Qual o papel do SporTV na popularização do esporte feminino no Brasil?
O SporTV foi pioneiro em dar visibilidade ao esporte feminino: transmitiu a primeira Copa do Mundo Feminina em 1999, fez a primeira cobertura paralímpica em 2004 e sempre incluiu mulheres em suas bancadas. Programas como o Zona de Impacto mostraram atletas como Marta e Andréia Rosa antes de serem celebridades. Hoje, mais de 40% dos apresentadores e analistas são mulheres — um dos maiores índices da TV brasileira.
Como o SporTV se compara a canais internacionais como ESPN ou beIN Sports?
Enquanto ESPN e beIN focam em escala global, o SporTV construiu sua força na profundidade local. Não tem tantos direitos internacionais, mas entende melhor o público brasileiro. Seu sucesso está na conexão emocional — nas histórias, nos rostos, nos momentos de emoção que só quem vive aqui pode captar. É isso que o torna único, mesmo sem o orçamento dos gigantes.
O que mudou na forma de consumir esporte desde 1991 até hoje?
Em 1991, o esporte era visto em horário fixo, na TV por assinatura. Hoje, o torcedor quer conteúdo sob demanda, em qualquer dispositivo, com análises rápidas, memes, reações ao vivo. O SporTV evoluiu de um canal de TV para uma plataforma de conteúdo — onde o jogo é só o começo. O que importa agora é a conversa, a memória, a emoção compartilhada.