Vasco enfrenta maior desfalque de 2025 com quatro jogadores em seleções nesta Data Fifa

Quatro jogadores do Vasco da Gama estão em campo nesta Data Fifa de novembro de 2025Brasil, mas só um deles já pisou no gramado. Enquanto o clube carioca se prepara para enfrentar o Grêmio na quarta-feira, 19 de novembro, os titulares Paulo Henrique Gonçalves da Silva, Andrés Felipe Gómez Arbeláez, Carlos Adrián Cuesta Maldonado e Agustín Pío Rodríguez Fernández — o Puma Rodríguez — tentam se mostrar decisivos por suas seleções. É a maior janela de desfalques do Vasco em 2025, e o técnico Fernando Diniz já sabe: vai precisar reescrever o esquema tático sem eles.

Um único minuto de glória — até agora

Na primeira rodada da janela internacional, apenas Carlos Cuesta teve oportunidade. O zagueiro colombiano de 26 anos foi titular na vitória da Seleção Colombiana por 2 a 1 sobre a Nova Zelândia, em Fort Lauderdale, na Flórida, no dia 15 de novembro. Jogou os primeiros 45 minutos, ao lado de Yerry Mina, antes de ser substituído por Jhon Lucumí. Foi sua terceira convocação consecutiva com a seleção, e a primeira vez que entrou como titular em amistoso. Os outros três vascaínos? Nenhum minuto. Paulo Henrique nem chegou a entrar contra o Senegal em Londres. Gómez e Puma Rodríguez ficaram no banco, mesmo com as seleções colombiana e uruguaia precisando de opções na lateral.

Segunda chance — e o relógio aperta

Agora, na terça-feira, 18 de novembro, todos têm nova chance. Paulo Henrique entra em campo pela Seleção Brasileira contra a Tunísia, às 16h30 (horário de Brasília), em Lille, França. O lateral direito, que chegou ao Vasco em 2024 após passagem pelo Atlético Goianiense, precisa mostrar que merece mais que uma convocação de emergência. Carlo Ancelotti, técnico da seleção, usou Éder Militão como lateral-direito improvisado no jogo anterior — e isso não é sinal de confiança plena. Paulo Henrique sabe: se não brilhar agora, pode voltar ao clube como apenas um nome na lista de reservas.

Já Andrés Gómez e Carlos Cuesta enfrentam a Austrália em Nova York, às 22h. A Colômbia, que precisa de mais profundidade no meio-campo, pode apostar em Gómez como substituto de James Rodríguez ou na criação de um duplo volante. Cuesta, por sua vez, pode ser o titular absoluto se o técnico José Pékerman decidir manter a defesa com Mina. E Puma Rodríguez? O uruguaio de 28 anos, que atua pelo Vasco desde 2023, já é figura constante nas convocações de Marcelo Bielsa — foi chamado em junho, setembro, outubro e agora em novembro. Mas ainda não jogou um minuto sequer como titular. Contra os Estados Unidos, às 21h, ele tem a chance de finalmente se impor na lateral direita, onde Guillermo Varela, do Flamengo, vem sendo o preferido.

Logística e desgaste: o dilema do Vasco

Enquanto os jogadores lutam por minutos, o Vasco enfrenta um quebra-cabeça logístico. A Seleção Brasileira viajou de Londres para Lille após o jogo contra o Senegal. A colombiana, de Fort Lauderdale para Nova York. E o uruguaio? Ele está em uma região geográfica ainda mais distante. O clube ainda não decidiu se os jogadores voltarão a tempo para enfrentar o Grêmio na quarta-feira, às 21h30, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre.

Na última Data Fifa, o Vasco optou por não liberar dois jogadores que voltaram com menos de 48 horas de descanso. Desta vez, a situação é ainda mais crítica: três dos quatro jogadores estão em viagens transatlânticas. A equipe médica já está em contato com as seleções para saber o tempo de voo, o horário de chegada e a minutagem de cada atleta. Se alguém jogar 90 minutos e voar 12 horas, será liberado? Ou será mantido em recuperação? A resposta pode definir o rumo da partida contra o Grêmio — e talvez até o futuro do clube na luta contra o rebaixamento.

Impacto no time: quem entra no lugar?

Fernando Diniz, que vem apostando em um sistema 4-2-3-1 com base na mobilidade das laterais, terá que improvisar. Sem Paulo Henrique, a opção mais provável é Matheus Nascimento, 20 anos, que atuou como lateral em jogos da Copa do Brasil. Para o lado esquerdo, sem Puma Rodríguez, o técnico pode recorrer a Luan, de 21 anos, que já começou como lateral em dois jogos da Série A. Já no meio, a ausência de Gómez pode forçar a entrada de Matheus Dantas ou Jhonata, ambos mais defensivos. E sem Cuesta? Rafael Vaz, 31 anos, e Lucas Lopes, 24, podem formar a dupla de zaga. É um time com menos velocidade, menos qualidade técnica — e mais risco.

Por que isso importa?

Este não é só um problema de escalação. É um sinal de que o Vasco, que vem investindo em jogadores com potencial internacional, está sendo visto como um trampolim. Paulo Henrique, Gómez, Cuesta e Puma Rodríguez foram contratados com a expectativa de serem titulares. Mas se o clube não consegue mantê-los em campo por mais de 45 minutos por mês, isso pode desestimular futuras contratações de alto nível. E pior: se esses jogadores não se destacam nas seleções, podem ser vendidos antes do fim do ano. O Vasco corre o risco de perder atletas que pagaram caro — e ainda assim não terem tempo de se consolidar.

Quem vence a batalha: o clube ou as seleções?

O Vasco não é o único clube a sofrer com isso. O Flamengo, o Corinthians e o Palmeiras também perdem jogadores. Mas nenhum deles tem quatro titulares simultaneamente em seleções — e todos em jogos de alto nível. A diferença aqui é que o Vasco está em uma fase de reconstrução. Não pode perder tempo. Cada jogo contra o Grêmio, contra o Botafogo, contra o São Paulo, é uma chance de se manter na Série A. E se os jogadores voltarem exaustos, ou sem ritmo, o time pode perder pontos decisivos. A pergunta que fica é: será que as seleções estão ajudando o Vasco — ou só usando ele?